quinta-feira, agosto 12, 2004

Cãos

Não há nada mais companheiro do que um cão. Tú chega, e ele corre para fazer festa; tú briga com ele e em troca, ganhas uma abanada de rabo; fala com ele e recebes uma lambida, quiçá um abraço de urso. Em troca, basta um afago, um osso, um brinquedo, uma bola. quando guri em Santana, tive dois, marcantes. O primeiro um collie, Shaizan. Sultan of Shaizan, conforme pedigree. Esse era muito inteligente. levei ele para a estância numas férias de verão, onde morreu com quase 15 anos de idade. Meu avô, quando vivo, passava de setembro a abril lá fora e só saia quando apertava a geada. o Shaizan, que nunca foi ensinado, reconhecia nele a maior autoridade naqueles campos. E dormia embaixo da janela do quarto do velho David. Justo ele que tinha verdadeiro horror de cachorros, principalmente depois que minha tia foi operada de um quisto hidático. Achava que cachorro era bom pra lidar com o gado, principalmente aqueles brasinos, cruza zebu, que estavam aparecendo, isso lá por volta de 78, 1978. Bom, entrava dia , saía dia, o vô acordava de madrugada, e o Shaizan ali, embaixo da janela dele. Inverno e verão. Até geada o bicho enfrentava ali, enrodilhado. E não é que o velho se deu conta da fidelidade canina, e mandou o caseiro da estância por uma bolsa de estopa no local onde o guaipeca dormia?Não há nada mais companheiro do que um cão.

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